segunda-feira, julho 23, 2012

Diários de Viagem: 12 - Netanya, Cesarea, Akko e Ramot

Para podermos ir à praia em Netanya, aproveitando o sol sempre presente, acordamos cedo e descemos para tomar café, pois tínhamos que fazer checkout ao meio-dia, além de termos muita coisa programada, já que iríamos continuar subindo a costa de Israel, visitando Cesarea e Akko (Acre) e depois ir para leste, próximo ao Mar da Galiléia.

Netanya - Cesarea - Akko - Ramot

O restaurante do hotel estava bem movimentado, com a idade média dos hóspedes em torno de uns 70 anos. Nos sentimos muito jovens. O sistema também era de buffet, mas não chegava nem aos pés do de Eilat, até porque o hotel era mais simples. Mas, deu para o gasto e fomos para a praia. Aí começaram as surpresas.

A rua da praia (como se fosse a Av. Atlântica do Rio) parece mais um parque, pois é toda ajardinada e muito bonita, com alguns prédios modernos, hotéis e restaurantes, além de vários elementos decorativos combinando com as palmeiras (ou seriam tamareiras?). Descobrimos então que estávamos num nível bem mais alto que a praia, pois ela estava bem la' embaixo. Para descer, pega-se um elevador! O maior luxo ir à praia de elevador!

O hall onde está o elevador é todo em piso de granito, muito bem decorado e nem parece caminho de praia e sim agência de banco. Pegamos o elevador (que é panorâmico) e saímos em outro hall do mesmo tipo. O movimento, talvez em função da hora e de ser dia de semana, era pequeno. Lá embaixo tem uma outra rua que parece ser apenas para acesso às vagas do estacionamento, pois praticamente não passava carro. A praia, tanto vista do alto, como já embaixo, é lindíssima, com o mar azul, a água transparente em alguns pontos e bem calma. O formato também é interessante fazendo vários "U", criando pequenas praias separadas. Havia também uma área semi-coberta com aparelhos de ginástica.

A praia foi o máximo. Tranquila, a água na temperatura certa, areia limpa, sol ótimo. Entrando na água, a gente teve que andar bastante para poder mergulhar, pois a beira é bem rasa. Foi pena não podermos ficar mais tempo (horas, dias, semanas!), mas aproveitamos bastante enquanto deu. Fiquei morrendo de inveja de uns caras pescando nas pedras do quebra-mar. Quem sabe um dia.

Voltando para o hotel, tomamos banho, fechamos as malas e fomos fazer checkout. O balcão estava bem cheio e custamos a ser atendidos (como de hábito), mas o senhor que nos atendeu foi muito simpático e ficou conversando sobre o Brasil, que ele admirava muito.

Quem leu direitinho o capítulo anterior, deve lembrar que mencionei que a luz do ABS do carro tinha acendido e apagado. Como ainda íamos viajar muito e nosso próximo destino seria o parque de Cesarea, onde diziam ser comum arrombarem carros com mala à mostra (estávamos com uma no banco de trás pois as duas não cabiam no porta-malas), resolvemos passar numa agência da nossa locadora que ficava a cerca de uma esquina do hotel.

Trocamos de carro, pagando extra e pegando um maior com porta-malas em que coube a nossa bagagem toda. Este carro estava em melhor estado que o outro, mas depois descobrimos que o acendedor de cigarros não funcionava, o que era um problema para carregar o celular que estava consumindo muita bateria por estar sendo usado como GPS. Por sorte eu tinha levado duas extras. De resto, o carro se comportou bem.

Fomos embora com pena. Netanya, que seria apenas um ponto para pernoitarmos, parecia ser muito mais atraente do que imaginávamos. Se um dia voltarmos a Israel, Netanya certamente seria um lugar em que gostaríamos de poder passar mais tempo. Portanto, fica aí mais uma dica de viagem: Netanya! Veja as fotos clicando aqui e garanto que você vai concordar.

Já estávamos bem atrasados no nosso roteiro e fomos para Cesarea, que não era longe. A sinalização, obras no caminho e o GPS não ajudaram muito a achar a entrada do Parque Nacional de Cesarea, mas depois de rodarmos um pouco conseguimos. Chegando lá, vimos que a preocupação com arrombamento de carros não parecia ter sentido, pois tinha gente tomando conta do estacionamento e ele era bem movimentado. Como Cesarea é parque nacional, usamos o passe que tínhamos comprado em Massada.

Vista aérea de Cesarea, com o anfiteatro (redondo) e
o hipódromo (retangular) bem visíveis
Cesarea era a capital administrativa de toda a região na época do domínio romano. Foi construída por volta do ano 25 AC por Herodes, que logicamente incluiu no projeto um palácio para ele. O nome original, Caesarea Marítima, foi dado em homenagem ao Imperador Augusto Cesar. A cidade chegou a ter 125 mil habitantes e deve ter sido muito imponente e bonita, pois ficava à beira mar. Há bastante ruínas, numa grande área, dando para ter uma idéia dos prédios, do estádio, do anfiteatro (que, parcialmente reformado, é usado hoje para shows), etc. Como quase todo lugar em Israel, passou também pelo domínio dos bizantinos, dos cristãos na época das cruzadas e dos muçulmanos, tendo então ruínas de um mosteiro bizantino, uma igreja cristã e uma mesquita muçulmana.

É um lugar interessante, mas talvez por termos antes visitado as ruínas em Roma, o impacto foi um pouco menor. Ficamos lá por cerca de duas horas e embora originalmente termos planejado visitar o aqueduto de Cesarea, que não fica no mesmo local, decidimos rumamos direto para Akko, em função do horário. Veja as fotos de Cesarea clicando aqui.

De Cesarea para Akko, tem que passar por Haifa. O trânsito não só em Haifa, mas antes e depois também, estava muito ruim, irritante. Muitos sinais e obras (parece que estão fazendo um pista para passar metrô de superfície). Finalmente chegamos a Akko, estacionamos o carro fora da cidade antiga e entramos a pé.

Vista aérea de Akko
Akko, também conhecida com Acre, da mesma forma que Jerusalém, tem duas partes, a cidade nova e a cidade velha que, assim como Jerusalém velha, é cercada de muralhas, com ruas de paralelepípedos, construções baixas e antigas e muitas ruelas, que fazem mais parecer um labirinto. É uma das cidades mais antigas de Israel.

Sinceramente, não gostamos muito de lá. A vista para a baía e para o mar é bonita, mas a cidade velha em si, para quem já esteve em Jerusalém, não acrescentou muito. Passamos por vários restaurantes e residências e nos perdemos no labirinto de ruas, passando por áreas que não eram exatamente convidativas, com os moradores nos olhando de forma meio atravessada. A impressão que passa é a de um lugar meio largado, mal tratado. Foi o único lugar em Israel que achamos que não valeu a pena...

De lá, pegamos o carro e fomos para a cidade nova, jantar em um restaurante chamado Mobarsham, de frente para o mar. A essa altura, estávamos famintos e o restaurante foi uma ótima opção: como sempre, trouxeram muitos aperitivos (pão árabe, humus, tabule, saladas, etc.) e a comida e o atendimento foram bons. Trouxeram uma sobremesa que não conhecíamos, mas que estava deliciosa. Parecia uma espécie de pudim de leite com água de flores e é chamado mouhallabie.

Depois, para ajudar a digestão, passeamos pela orla que é bonita e também tem algumas ruínas. Tiramos fotos e ficamos no carro vendo o sol se por no Mediterrâneo. As fotos tiradas em Akko podem ser vistas clicando aqui.

Seguimos então para a Galiléia, pois o nosso hotel era num lugar chamado Ramot, perto do Mar da Galiléia, também chamado de Lago Tibérias ou de Lago Kineret. Como vocês podem ver no mapa acima, saímos da costa e cortamos Israel de Oeste para Leste, na direção da fronteira com a Síria. A viagem levou umas 2 horas e passou por estradas com muitas curvas e subidas.

Ramot fica bem no alto, com vista para o Kineret, mas como chegamos lá pouco depois das 9 horas da noite, não dava para ver muito. O hotel, assim como o que ficamos na região do Mar Morto, ficava numa comunidade agrícola (moshav) e as acomodações eram praticamente casinhas independentes.

Não vimos ninguém e então batemos na porta do escritório, que era na casa dos donos. Eles nos receberam com surpresa, pois tinham sido informados que a nossa reserva havia sido cancelada pelo agente local do hotels.com, onde eu havia feito a reserva. O mais estranho é que dois dias antes eu havia recebido um e-mail do hotels.com confirmando a  reserva e dizendo que estava tudo certo. Por sorte, eles estavam totalmente vazios e puderam rapidamente preparar uma das casinhas. Só que eles não tinham como aceitar cartão de crédito (normalmente o site em que fiz a reserva debitaria do meu cartão e mandaria um voucher para o hotel, mas como cancelaram, o pagamento não foi feito). Combinamos então que no dia seguinte eu sacaria em dinheiro num caixa eletrônico e pagaria em espécie.

Passado o susto, fomos para a casinha, que era ótima, com uma cozinha, sala de estar, quarto e banheiro. Tinha 2 TVs e até hidromassagem. O silêncio era total e dormimos muito bem.

No próximo capítulo: desbravando o Golan.



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quarta-feira, julho 18, 2012

Diários de Viagem: 11 - Cruzando Israel de novo, de Eilat para Netanya

Recapitulando onde paramos (que nem novela): Dormimos em Eilat, acordamos cedo para fotografar o sol nascendo no MarVermelho, mas o sol não colaborou e se escondeu atrás das nuvens.

Depois de dormir mais um pouco, descemos para tomar o café da manhã, que era servido num salão defronte à piscina. Pena que não tiramos fotos: tinha tanta variedade de comidas e bebidas que mais parecia buffet de churrascaria. Vários tipos de pães, bolos e biscoitos, muitas saladas, frios, queijos, ovos de tudo quanto é jeito (e se ainda preparavam na hora se quisesse diferente), sucos, leites, chás, cafés, frutas. Em resumo, um salão enorme com mesas cheias de comida em volta.

Tinha muita gente, mas eles estavam repondo rapidamente o que acabava. Achamos um lugar do lado de fora, com vista para o mar e para a piscina. Se eu pudesse, ficava lá o dia todo... Mas, infelizmente, não cabia mais no estômago e resolvemos andar até a praia, que ficava um pouco depois do Observatório Submarino. A praia em si não era grandes coisas, pois a areia era meio dura e na água o chão era de pedras. Estava ventando bastante e a água bem fria, o que não deu ânimo para entrar. Molhamos só as mãos e os pés para podermos dizer que tínhamos entrado no Mar Vermelho (que não se abriu para passarmos).

Voltamos para o hotel, ficamos mais um pouco na piscina e subimos para tomar banho, fechar as malas e fazer o checkout. Veio um carrinho daqueles de golfe que mencionei e nos levou para baixo. O checkout foi rápido, deixamos as malas dentro do carro e fomos andando para o Observatório.

O Observatório tem praticamente duas partes: uma em terra, onde tem aquários diversos e outra no mar, onde você pode descer abaixo da superfície da água para ver o fundo do mar. Percorremos a parte em terra, vendo desde aquários gigantescos com tubarões, arraias e muitos peixes (inclusive vimos uma apresentação do mergulhador alimentando os peixes), como aquários menores com coisas mais "exóticas" como piranhas da Amazônia, ostras de pérolas, águas-vivas e até peixes que vivem em altas profundidades, no escuro. Havia muitos grupos escolares e estava bem movimentado. Foi interessante e educativo.

Depois, andamos pela ponte que liga à parte que fica no mar. Ventava muito, mas o visual era lindíssimo, como se estivéssemos num barco (algumas das fotos que coloquei no álbum do nosso hotel foram tiradas de lá). O Observatório é uma plataforma metálica com basicamente 3 níveis, ligados através de uma escada de metal, chegando a lembrar o interior de um navio: pouco acima do nível do mar, por onde a gente entra e tem um restaurante; bem no alto, de onde se tem uma vista panorâmica; e abaixo do nível do mar, no fundo. Esta é a mais atraente, pois permite visualizar os bancos de corais que ficam no fundo do mar e toda a vida em volta - peixes, crustáceos e os próprios corais, a água transparente e o fundo de areia branca. Pena que as fotos não fazem jus à beleza e à paz que o visual transmite. De qualquer forma, veja as fotos e filme do observatório clicando aqui.

O Rancho de camelos, em Eilat
De lá, voltamos para o hotel para pegar o carro e fomos num lugar na mesma rua que segundo a placa no caminho, seria um rancho de aluguel de camelos.

Ao chegarmos lá, estava fechado até 3 da tarde. Ora, como tínhamos ainda muito chão pela frente até Netanya, nosso próximo destino, não pudemos esperar e fomos embora sem andar de camelo mesmo. Mas, tiramos uma foto pelo menos para registrar...




De Eilat para Netanya
A viagem de Eilat para Netanya leva em torno de 4 horas, sem parar. Ela cruza de novo o Negev (dessa vez enchi o tanque antes de sair de Eilat), na direção de BeerSheva e depois vai para o litoral, na direção de Tel-Aviv e sobe para Netanya.

Como o nosso destino realmente era Cesarea e Akko, no litoral norte de Israel, nós tínhamos programado pernoitar em Netanya para não ficar tão cansativo. Pesquisando nos guias de viagem, Netanya parecia ser um lugar simpático, mas sem grandes atrativos.

Cruzando novamente o deserto,  vimos novamente tanques, placas alertando "camelos cruzando a pista" e depois passamos por muitas cidades. Chamou bastante atenção como Israel sendo um país seco e praticamente desértico tem tantas plantações e como as pessoas mantém tudo muito florido e bem cuidado.

A viagem desta vez não teve drama, mas o GPS se enrolou muito. Num determinado ponto, pegamos um pedaço da estrada na direção errada e quando fomos ver estávamos chegando na barreira na entrada da área sob controle da Autoridade Palestina, na direção de Hebron (veja mapa). Mais que rapidinho demos meia volta e voltamos!



Paramos algumas vezes, o que, associado ao GPS bêbado e ao trânsito em algumas partes (como na área de Tel-Aviv), fez com que levássemos mais do que 4 horas. Veja as fotos da viagem clicando aqui.

Chegamos em Netanya no começo da noite. O hotel ficava numa rua movimentada e conseguimos estacionar o carro meio que precariamente na rua, para podermos ir fazer o check in. Aí disseram para colocarmos no estacionamento atrás do hotel e passaram instruções de como chegar lá. Obviamente, não funcionaram e, depois de darmos várias voltas, entramos no que teoricamente seria uma contramão e estacionamos. Numa dessas voltas, a luz do freio ABS do carro acendeu por uns instantes, o que era preocupante já que ainda tínhamos muitos km a percorrer nos próximos dias.

O hotel era estilo antigo, como aqueles hotéis de Miami Beach. Por ser kasher, tinha muitos ortodoxos (que nem Miami). O quarto era confortável e limpo. A grande vantagem é que ficava a uma quadra da praia. Depois de conseguirmos subir com a bagagem, tomar banho e nos arrumarmos, fomos andar pelas redondezas. Tínhamos lido que havia uma praça (Ha'atzmaut Square) que era o "point"da cidade, com vários restaurantes em volta.

Fomos primeiro procurar uma drogaria, pois a Pat estava com uma reação alérgica no braço, pela exposição ao sol. No caminho, passamos por uma lanchonete que vendia caldo de cana feito na hora! Faltou só terem pão de queijo ou pastel de vento... Achamos a drogaria e compramos uma pomada. De lá, fomos para a tal praça, que estava em obras, mas que realmente era cercada de restaurantes com cadeiras na calçada. Como Netanya tinha tido muita imigração de franceses, notava-se nos cardápios a influência, o que era um bom sinal.

Depois de hesitarmos com tantas opções, sentamos em um restaurante que parecia bom. Nos deram o cardápio e disseram que viriam nos atender. Ficamos uns 10 a 15 minutos sentados sem que ninguém aparecesse. Como nossa paciência àquela altura já não era das maiores, não tivemos dúvida: levantamos e fomos para outro, onde fomos prontamente atendidos.

Jantando em Netanya
Trouxeram 10 (dez) aperitivos! Quase mandei cancelar a comida, porque só os aperitivos já matavam a fome... Estava uma noite agradável, com bastante movimento, mesmo sendo tarde.

Depois do jantar, demos uma circulada pelas banquinhas de alguns vendedores de artesanato que estavam na praça e fomos para o hotel, pois o dia tinha sido longo.

No próximo capítulo, uma agradável surpresa!






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terça-feira, julho 10, 2012

Diários de Viagem: 10 - Susto no Deserto e Eilat

Dormimos bem em Ramon. Uma das vantagens de cidade pequena é o silêncio que, juntamente com o nosso cansaço, funcionou melhor que Valium.

Descemos para o café da manhã, que era muito bom, com uma grande variedade de opções como frutas, cereais, pães doces e salgados, bolos, queijos, ovos feitos na hora ao gosto do freguês, muitos tipos de saladas, como é normal em Israel, etc. Era tanta opção que a gente ficava até com pena de não ter mais fome.

Eu ainda não tinha comentado isso, mas em todas as cidades por onde passamos, na Itália ou Israel, sempre deparávamos com brasileiros. Até quando estávamos boiando no Mar Morto, apareceu um! Ora, a gente imagina que estando em uma cidade pequena em Israel, com 5 mil habitantes e fora do circuito tradicional de turismo, seria um pouco mais difícil encontrar brasileiro. Quase. A gerente do hotel veio falar com a gente num português perfeito (até com sotaque nordestino), apesar de ser israelense. Ela contou que era casada com um brasileiro e morou muitos anos no Brasil.

Fizemos o checkout, pegamos o carro e fomos para uma rua próxima do hotel, onde havia um mirante que dava para a cratera. A cratera em si é tão grande (38 km de comprimento, 6 km de largura e 450 m de profundidade), que a gente ficou até em dúvida se aquilo que estávamos vendo era a cratera mesmo ou um vale. Subimos o mirante, que estava deserto. Ventava muito. Tiramos algumas fotos, pegamos o carro e fomos na direção da saída da cidade, onde havia outro ponto de observação da cratera.

Nesta área, fica o centro de informações turísticas, que estava fechado para obras. Paramos numa lojinha do lado, que vendia uns aromatizantes bonitos, para se pendurar em quartos, banheiros, etc. Descobrimos então que em cidade pequena era mais difícil achar gente falando inglês, mas conseguimos nos comunicar, ainda que com dificuldade, com a balconista da loja.

Na saída da cidade, há um acostamento de onde se tem uma boa vista da cratera, mas a principal atração eram os íbex, que vinham até comer na mão! Patricia (com a ajuda de alguns biscoitos) ficou bem popular entre eles...

Ficamos tão distraídos com os íbex, que acabamos esquecendo de abastecer o carro antes de sair da cidade. Só descobrimos isso quando já estávamos longe e então ficamos observando para ver se aparecia alguma cidade ou posto de gasolina no caminho. Só que a estrada desce pela cratera toda e entra pelo deserto do Negev. Por vários km não há absolutamente nada a não ser montanha e areia. O carro alugado parecia ser econômico, mas a incerteza de quando poderíamos abastecer começou a deixar a gente preocupado.

Caminho de Ramon à Eilat,
cortando o deserto
O Negev é uma imensidão e, como o deserto da Judéia, tem uma certa beleza misteriosa, com aquelas vistas infindáveis de areia e montanhas, que fazem a gente imaginar os acontecimentos relatados na bíblia e o quanto da história da humanidade foi testemunhada por aquelas montanhas. Apesar de ser muito quente, é um calor diferente, seco, que tem o perigo de desidratar facilmente, porque não dá muita sede. Ele é muito usado pelo exército israelense para manobras de treinamento. Vimos ao longe tanques, acampamentos de soldados e placas na estrada alertando para tanques cruzando a pista e áreas de tiro.  Mas, por serem áreas de segurança, não parecia ser uma boa idéia ir pedir gasolina...

Sem outra opção, continuamos seguindo na direção de Eilat. Depois de algumas horas, o tanque estava quase na reserva. Já estávamos nos imaginando sem gasolina, no meio do deserto, com pouca água e com um sol de rachar, sem ar condicionado. Não era uma perspectiva agradável.

De repente, Patricia viu uma entrada de algo que parecia uma fazenda. Resolvemos entrar. O local era de chão de terra/areia, com algumas construções simples do lado esquerdo, uns cercados com vacas do lado direito e galinhas correndo soltas.

Dois caras vinham passando, com jeito de agricultores e perguntei se eles tinham gasolina para vender. Eles apontaram para uma das construções, disseram que era o escritório e que era para eu ir lá. Patricia ficou no carro e eu fui. Parecia que eu tinha entrado no túnel do tempo e saído na década de 60: no escritório havia vários rapazes cabeludos e barbudos e moças que usavam umas túnicas coloridas, tudo lembrando a onda hippie. Foram muito cordiais mas explicaram que os carros que usavam eram diesel e que "talvez" uma pessoa tivesse gasolina para vender numa cidade a 20 km em sentido contrário ao que estávamos indo. A outra opção seria continuar em direção à Eilat, pois a 39 km haveria um posto de gasolina. Supondo que o marcador do carro estivesse certo e que o carro fosse econômico, como ainda não tinha acendido a luz da reserva, teoricamente teríamos gasolina para os 39 km, mas isso não servia muito de consolo.

Perguntei se o local era um kibbutz, mas eles disseram que era uma pousada e me deram o cartão deles, dizendo para eu ligar caso ficasse sem gasolina, pois eles chamariam um reboque para nos socorrer. No cartão tinha uma figura na posição de lótus e eles explicaram que praticavam ioga lá. De fato, ao ir até o refeitório deles para encher a minha garrafa de água, passei por quartos decorados com tapeçarias estilo hippie e com tatames no chão. Quem poderia imaginar que acharíamos uma pousada de prática de ioga no meio do deserto do Negev!

Pegamos a estrada de novo, com um olho no caminho e outro no marcador de combustível. Pouco depois, a luz da reserva acendeu, o que só fez aumentar a tensão. Depois de alguns minutos que mais pareceram uma eternidade, avistamos um local que parecia ser uma fábrica, com um portão na frente, de onde vinha saindo uma caminhonete. Parei do lado e perguntei ao motorista sobre o posto de gasolina. Ele disse para eu segui-lo e avisei que talvez ficássemos sem gasolina no caminho.

Mas, talvez por estarmos na Terra Santa, Deus ajudou. Pouco depois ele apontou para um posto de gasolina, que àquela altura do campeonato mais parecia uma miragem. Nunca abasteci um carro com tanto prazer!

Aproveitamos para comer um sorvete (Israel tem sorvetes ótimos) e dar uma relaxada, depois de tanta tensão. Veja as fotos de Ramon e do caminho pelo deserto clicando aqui.

De tanque cheio até a boca, pegamos a estrada novamente e continuamos cortando o deserto, até chegarmos em Eilat. O trânsito na entrada de Eilat estava péssimo, pois além de ter obras na pista, havia muitas rotatórias.

Rotatória em Eilat
Para quem não conhece, rotatória (também chamada de rotunda, ou de balão) é um recurso de trânsito para eliminar sinais em cruzamentos, criando uma "roda" no centro do cruzamento. Os carros vindo das várias transversais entram e circulam em torno desta roda, até saírem onde quiserem, sem precisar de um sinal para coordenar o fluxo. A idéia é boa, mas quando tem rotatória em praticamente cada esquina, como na rua principal de entrada em Eilat, cansa ficar rodando e tendo que prestar atenção para pegar a saída certa.

Depois de trânsito, rotatória, GPS perdido e de pararmos no hotel errado (era da mesma cadeia), finalmente chegamos ao nosso hotel. O hotel fica na Praia dos Corais, em frente ao Observatório Submarino, no Mar Vermelho e, na verdade, mais perto da fronteira com o Egito, do que do centro de Eilat. Parecia estar bem cheio, pois o estacionamento em frente estava quase lotado e a recepção com muito movimento, na já habitual desorganização israelense, sem fila organizada, com uns caras-de-pau passando a frente dos outros.

Quando estávamos prestes a perder a paciência, fomos finalmente atendidos e voltamos para o carro para pegar a bagagem. O hotel é um resort, fica em uma encosta, com os chalés em vários níveis dela. Eles tem uma frota daqueles carrinhos de golfe, que usam para transportar os hóspedes e um desses nos levou para o nosso chalé.

O chalé era lindíssimo, com uma varanda de frente para o Mar Vermelho, muito bem decorado (segundo eles, em estilo tailandês) e confortável. O visual do Mar Vermelho, juntamente com as montanhas da Jordânia do outro lado, mais a própria encosta onde fica o hotel, com jeito de montanha do deserto, e ainda a avenida cheia de tamareiras em frente, faziam um conjunto ao mesmo tempo contrastante e harmonioso, diferente. Como ainda tinha sol, trocamos de roupa e fomos para a piscina.

A piscina era muito bonita, com o deck de frente para o mar e, o mais interessante, com camas ao invés de espreguiçadeiras, incluindo lençol e travesseiro! Uma idéia genial e que veio bem a calhar, considerando que o nosso dia tinha sido meio estressante com o problema da gasolina. Estava uma tarde muito agradável, com o tempo perfeito que caracteriza Israel nessa época. Ficamos na piscina até o sol baixar, tiramos fotos ao redor e fomos descansar no quarto, saboreando a vista da varanda.

Como descobrimos uma churrascaria brasileira em Eilat, resolvemos experimentar e fizemos reservas para o jantar. Depois de passar por mais um monte de rotatórias, chegamos e constatamos que nem precisava de reserva, pois estava bem vazia, talvez por ser 9 da noite de um dia de semana.

Em resumo, eles bem que tentaram, mas não conseguiram a qualidade e a variedade das churrascarias brasileiras. A carne estava regular (carne em churrascaria vazia nunca é boa) e os acompanhamentos deixaram muito a desejar.

Voltamos para o hotel, que a essa altura estava silencioso e com iluminação noturna, criando um ambiente tranquilo. Tiramos mais umas fotos e subimos para o nosso chalé.

Eu queria fotografar o sol nascendo no Mar Vermelho, achei na internet o horário em que ele deveria nascer e botei o despertador, mas foi em vão. O dia amanheceu nublado e quando o sol apareceu, já estava bem mais alto no horizonte que o mar. Ainda assim, deu boas fotos.

Mais tarde, descemos para o café da manhã e tiramos mais umas fotos, mas isso eu conto no próximo capítulo. Veja as fotos do hotel clicando aqui.


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terça-feira, julho 03, 2012

Diários de Viagem: 9 - Fortaleza, Oásis e Cratera

Conforme mencionei no último artigo, passeamos um pouco pelo moshav de manhã cedo e fomos embora, para chegar em Massada o mais cedo possível, antes que ficasse muito quente. Apesar de Massada ser perto do hotel (uns 40 minutos), nossa tentativa foi em vão: o calor já estava muito forte e aumentando. Para chegar lá, dirigimos novamente pela 90, margeando o Mar Morto, na direção norte, voltando pelo mesmo caminho que tínhamos passado na véspera.

De longe, Patricia avistou Massada, no alto da maior montanha nas redondezas, o que faz sentido. Mas para vocês entenderem melhor porque faz sentido, bem como a importância de Massada, vou ter que contar um pouquinho da sua história, porque fora de contexto o local (como tudo em Israel) perde muito do significado.

Vista aérea de Massada, com referências
Massada foi uma fortaleza construída por Herodes (rei que Roma havia nomeado para tomar conta de toda a região chamada de Judéia na época) por volta de 30 AC. Ele temia que um dia os judeus se revoltassem contra o domínio romano e queria um lugar seguro para se refugiar. Massada era perfeito, pois a montanha tem cerca de 400m de altura, é de difícil acesso e ele ainda construiu uma fortaleza no topo. Para garantir o abastecimento de água, ele construiu cisternas enormes, que captavam a chuva, além de um palácio, locais para armazenagem de comida, alojamento para soldados, etc.

Herodes acabou não precisando usar Massada como refúgio, pois morreu antes da revolta. Em 66 DC um grupo de judeus se revoltou, conseguiu conquistar Massada e passou a viver lá, fora do domínio romano. Em 70 DC, com a destruição pelos romanos do Segundo Templo, mais judeus se refugiaram em Massada. Logicamente, o Império Romano não gostou muito da brincadeira e em 73 DC mandou uma legião, que cercou Massada por 3 meses, até conseguir invadir.

Ao entrarem em Massada, a surpresa macabra: os 960 judeus que viviam lá tinham cometido suicídio em massa, preferindo morrer a serem subjugados pelos romanos. Conta a história que 10 homens foram escolhidos para matar os moradores e, ao terminarem, se suicidaram.

Nos tempos modernos, Moshé Dayan, famoso general que liderou Israel na Guerra dos Seis Dias, passou a realizar em Massada o juramento de novos soldados que completam o treinamento, em uma cerimônia que termina com a declaração de que ""Masada não cairá novamente", prática que continua até hoje.

Ao chegarmos lá, estacionamos o carro no amplo estacionamento no subsolo do prédio moderno que contrasta com a paisagem desértica do local e fomos comprar os ingressos. Aqui cabe mais uma dica de viagem: Massada e vários outros lugares em Israel são considerados parques nacionais. A entidade que administra os parques vende passes, que valem para 6 parques, a um preço mais baixo que se comprados individualmente. Os passes podem ser comprados em qualquer um dos parques e foi o que fizemos.

Há duas formas de subir Massada: por um teleférico ou a pé, por uma longa rampa chamada "caminho da cobra" (snake path). A subida da rampa é puxada e, em função do calor, deve ser feita por volta do amanhecer. Logicamente, fomos de teleférico, que permite uma bela visão do deserto, das montanhas e do Mar Morto e em cerca de 3 minutos estávamos lá em cima.

Vista aérea, com as ruínas visíveis
O platô no alto da montanha, onde estão as ruínas, é enorme! Como ficou praticamente intocado por quase 2 mil anos, muitas construções sobreviveram ao tempo. A visita à Massada requer caminhada (sob um sol escaldante) e tempo. Como sempre, havia muitos grupos de excursão com guias, o que atrapalhava muito, porque eles entravam em um local e ficavam parados lá dentro ouvindo explicação do guia, congestionando. Ficamos felizes por não estarmos em excursão  :-)

Em resumo, visitamos ruínas de moradias, do palácio, vimos os armazéns onde guardavam comida, casas de banho, e até mesmo entramos em uma cisterna imensa, para onde um sistema de canais levava a água da chuva. O visual lá de cima é deslumbrante e ora fotografávamos as ruínas, ora a paisagem.

O calor parecia aumentar cada vez mais e tivemos que encher nossas garrafas de água várias vezes. Fico imaginando como teria sido viver lá há quase 2 mil anos, ainda mais cercados por tropas romanas, sabendo que não haveria como resistir ou escapar.

Depois de caminharmos por todo o complexo, descemos novamente pelo teleférico e passamos por um dos subsolos, onde há banheiros e um restaurante bem grande, estilo self-service, além da obrigatória lojinha de artigos de lembrança para turistas. Veja as fotos e filme de Massada aqui.

De Massada, continuamos na direção norte, margeando o Mar Morto, para o oásis de Ein Gedi, que também fica à beira do Mar Morto, perto de Qumram (onde foram encontrados os Manuscritos do Mar Morto, que vimos no Museu de Israel, em Jerusalém). Na véspera, no caminho do hotel, tínhamos passado tanto por Massada como por Ein Gedi mas como saímos do banho no Mar Morto tarde, não daria tempo de visitar. Assim, estávamos voltando boa parte do caminho.

Antes de entrar no parque de Ein Gedi, há na estrada um local onde tem lojas, restaurante e acesso à praia. Como estávamos com fome, resolvemos comer lá. O local era simples, típico de parada de ônibus, onde se vende de tudo. Você se serve e paga um preço único por prato. Foi engraçado a atendente no caixa querendo me convencer a pegar mais comida porque o preço seria o mesmo. Apesar da simplicidade do local, a comida era boa, meio caseira. Fome saciada, seguimos para Ein Gedi.

Ao chegar, há um amplo estacionamento e as bilheterias, com lanchonete e lojinha daquelas que tem de tudo, desde lembranças até protetor solar. Estava bastante cheio, com muitas famílias e crianças, pois era sábado. Ein Gedi é também um parque nacional e novamente usamos o passe que compramos em Massada.

O calor estava de rachar e nem mesmo as nossas garrafas com isolamento térmico conseguiam manter a água gelada. Ein Gedi tem várias cachoeiras e é mencionado várias vezes na bíblia. Por estar numa região desértica, tem uma importância muito grande para a fauna e flora local. Em função da relativa abundância de água, há na área um Kibbutz (comunidade agrícola) fundado em 1956 e um jardim botânico de fama internacional (chegamos a entrar nele por engano, no caminho para Ein Gedi, mas não visitamos).

Depois de entrarmos, pegamos uma trilha de terra muito seca. Apesar de ser um oásis, a paisagem era de deserto, árida, exceto por algumas árvores. De repente, aparece uma cachoeira, com a água praticamente escorrendo por entre as rochas! Muito exótico... Ficamos com pena de termos esquecido de vir com roupa de banho, pois um banho de cachoeira pegaria bem no calor que estava fazendo. Portanto, se alguém que estiver lendo um dia for a Ein Gedi, não esqueçam.

Continuamos pela trilha, que agora estava subindo. Tivemos que ter muita força de vontade para continuar. O caminho não é dos mais fáceis, pois além de não ser plano, tem rochas e pedras. Ao longe, começamos a ouvir mais som de água caindo. Vimos vários animais, entre eles o Íbex, que lembra um veado e quase foi extinto e o hyrax, além de várias aves.

Chegamos à outra cachoeira e Patricia acabou não resistindo, se molhando na "piscina" formada por ela, enchendo a garrafa de água e jogando na cabeça! Ela diz ter sido "bem refrescante e melhor do que nada". Por pouco não mergulhou. Como eu não tenho tanta disposição quanto ela, me limitei a molhar o rosto, os braços e a nuca naquela água transparente. Mais adiante, outra cachoeira, ainda mais forte. Ficamos lá apreciando a paisagem por um tempo e começamos a descer de volta, na direção do estacionamento.

De acordo com o folheto do parque, havia mais cachoeiras, mas ficavam longe, subindo uma trilha por mais de uma hora. Como nem tínhamos tempo e nem disposição para isso, não fomos. Ainda tentamos acessar pelo outro lado do parque, mas fomos avisados que também levaria muito tempo e não daria para completar a trilha antes do fechamento. No caminho, nos deparamos com alguns íbex e aproveitamos para tirarmos várias fotos.

Dirigimos então para a antiga sinagoga que há na área. Há registros de que desde a época do Segundo Templo havia uma comunidade judaica na área, além de ser ponto de parada ou passagem de viajantes e tribos nômadas, por causa do oásis. A sinagoga foi construída no século 3 e passou por algumas renovações e expansões até por volta do ano 530, quando foi destruída por fogo, juntamente com a comunidade local, já que matar judeus sempre foi um esporte popular ao longo dos tempos. Em 1965 por acidente acharam o chão de mosaicos (que mostro nas fotos). Na década de 70 escavações acharam mais restos, permitindo restauração parcial do local.

A sinagoga deve ter sido muito bonita e simples, já que a comunidade vivia de cultivar tâmaras e romãs, de onde extraíam um bálsamo usado para fazer perfumes, com uma fórmula secreta que só a comunidade tinha. Esse fato aparentemente é confirmado por um dos escritos no mosaico, que alerta  "... aqueles que cometem pecados causando conflitos na comunidade, .... ou revelando os segredos da cidade". Pelo visto segredo industrial já existia. Veja as fotos de Ein Gedi e da sinagoga aqui.


Mapa mostrando Ein Gedi, Massada, o Negev e Mitzpe Ramon.
Pegamos a estrada novamente, já que tínhamos um bom pedaço de chão pela frente até Mitzpe Ramon, saindo do deserto da Judéia e entrando na região do maior deserto de Israel, o Negev. Essa região, que corresponde a 55% da área de Israel, fica ao sul de onde estávamos, como pode ser visto no mapa.

Margeamos o Mar Morto até o final e depois seguimos na direção sudoeste, mais para o centro. Havia muito trânsito na estrada, que em alguns pontos tinha muitas curvas e subidas, o que reduzia muito a velocidade média. O visual cortando o deserto - areia, montanhas ao entardecer era muito bonito.

Chegamos a Mitzpe Ramon no início da noite, cansados. Mitzpe Ramon quer dizer literalmente "ponto de observação de Ramon". Leva esse nome porque a cidade está situada a 860m de altura, no pico do monte Negev, de onde se avista a Cratera de Ramon, a maior cratera do mundo não causada por erupções vulcânicas ou meteoros. A cratera foi causada por erosão e por isso tecnicamente não é uma cratera e sim uma "makhtesh". O nome Ramon foi dado em homenagem ao primeiro astronauta israelense, Ilan Ramon.

Na área interna do hotel
O hotel aparentava ser novo, bem agradável. O quarto era muito bom, espaçoso e tranquilo. Depois de um banho, queríamos jantar mas mesmo com a ajuda da recepção do hotel (meio enrolada, como sempre), não conseguimos achar nada aberto e eram 9 da noite ainda!

Resolvemos rodar pela cidade de carro e ver se achávamos algo aberto. A cidade é muito pequena, com cerca de 5 mil habitantes que pelo visto dormiam muito cedo. Os restaurantes e lanchonetes por onde passamos estavam todos fechados.

Acabamos achando uma lojinha aberta, tipo mini-mercado, onde compramos batata frita, perú defumado, vinho, chocolate e esse foi o nosso jantar, no quarto do hotel.

A noite estava bem agradável, quieta, mas estávamos cansados, um cansaço bom de mais um dia de muitos lugares interessantes, então fomos dormir, para recarregar as baterias para o dia seguinte, quando iríamos conhecer a cratera e continuar cortando o deserto do Negev,  rumando para o extremo sul de Israel, Eilat.


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